10 de nov. de 2022

Saudade

 


Unsplash

Ela tem saudades.

Saudades de como a música tocava alto no seu fone de ouvido em plena madrugada. 

Saudades de como seu pai, com carinho, lhe dava um beijo na testa.

Saudades de um tempo, de uma era. 

Ela tem saudades.

Saudades da liberdade de viver entre a tela de uma TV e um violão. 

Saudades de cantar, de soltar a voz da juventude aos quatro cantos com o coração.

Saudades de poder escutar atenta a profundidade de uma canção qualquer.

Ela tem saudades. 

Sente falta daquela brisa da noite que batia na janela, enquanto ela olhava a lua. 

A lua brilhava e banhava a escuridão do minúsculo quarto. 

Saudades de quando a vida era se preparar para ela. 

Ela tem saudades. 

Saudades de navegar em sua própria solidão e permanecer olhando a si em um espelho imaginário.

Saudades de imaginar o futuro mas de não pensar no que pessoas quando crescem pensam.

Saudades do óbvio, do simples, da pureza das coisas.

Ela tem saudades. 

O tempo não volta mas voa. Cada letra escrita, um segundo. Cada palavra, um suspiro. 

A vida não para e os sonhos também não. 

Quem sabe tudo isso seja um sonho ou um pesadelo. 

Ela tem saudades. Mas é para frente que se anda. 

Jaqueline Nunes

20 de ago. de 2021

Dica de Livro: O Livro do Boni


Foto: Capa do e-book - Amazon

Pra quem não conhece o livro do Boni é uma autobiografia sobre José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, um profissional extremamente talentoso que deixou sua generosa contribuição na idealização e construção da Rede Globo e da televisão brasileira como um todo. Ele é pai de ninguém mais ninguém menos que Boninho, o nosso querido BigBoss, diretor do BBB e de vários programas da pasta de entretenimento da emissora.

Eu sou muito fã de biografias de todos os estilos e apesar das quase 500 páginas, esse é daqueles books que você quer devorar. Separado em capítulos, o Boni conta a sua história, carreira, e muito de como a Rede Globo foi criada e se tornou a emissora mais tradicional do país que conhecemos.

Gostaria de destacar que a história para mim foi encantadora no sentido de revelar bastidores das produções antigas, principalmente das novelas, o enfrentamento a censura e os desafios do jornalismo além dos vários artistas que se consolidaram na teledramaturgia e até mesmo na música conforme o crescimento da emissora. Roberto Carlos tem uma passagem especial e bastante simplória nos estúdios Globo quando ainda nem existia o sistema de redes de televisão - que inclusive o Boni explica de maneira didática como funcionava na época e como é atualmente.

 

Foto: Jaqueline Nunes

No mais é um ótimo livro pra quem gosta de comunicação e principalmente produção audiovisual. Aos focas (jornalistas) e Relações-Públicas, o escrito traz cases antigos e insights que podem muito bem ser aplicados no nossa realidade. Minha nota é 9/10 apenas porque na minha opinião alguns detalhes poderiam ter recebido menos destaque.

O livro é de 2011, e eu adquiri ele em 2020 na primeira semana de aula antes da pandemia quando rolou uma pequena feira de usados e lá estava ele. Mas se você quiser comprar com certeza encontrará por um preço acessível na internet. 

Boa leitura!

17 de ago. de 2021

Conexão (...)

 

Foto: Pixabay
 

Acho que a gente é tudo aquilo que chamam de inesperado, que tacham ser contra as regras que disseram existir para o amor. A grande verdade é que ninguém sabe de fato o que é, mas sabe o que se sente e no fundo é isso que importa: sentir.

Lembro da primeira vez que te vi e não entendi em um primeiro momento que a vida nos uniria um dia, e nem nos meus sonhos imaginei que amor seria a nossa língua e nosso elo caloroso. Acredito que pela forma bruta em que pensei por alguns instantes tachar os sentimentos como passageiros, eu criei uma postura com o dobro de resistência à tudo que configurasse algo mais profundo. Mas no nosso caso a combustão foi tão certeira quanto limão na caipirinha ou pra ser ainda mais brega, melhor que a combinação de queijo e goiabada.

Por vezes eu já duvidei da toda essa conexão, não minto. Já pensei estar completamente enganada e que tudo não passava de uma chuva de verão ou um vento leve que passa sem nos fazer sentir. Cogitei voltar atrás e regredir à resistência. Coisas que as más lembranças e as marcas do nosso destino deixam pra gente. No entanto, eu não cedi e foquei em tudo que representamos e principalmente em tudo que sentimos. Beira ao surreal.

Enfim, são alguns poucos anos de parceria mas que aqui dentro parecem muito mais tempo pela profundidade de tudo que aconteceu entre nós. Cada risada, cada flerte, cada emoção, cada conselho. O respeito, o crescimento conjunto de duas pessoas que ainda pouco sabem de tudo o que ainda está por vir. Fatos que transformam nosso instante especial ainda que numa terça-feira qualquer de agosto, porém é a nossa terça, é o nosso dia, é o nosso jeito. Somos nós e a nossa incrível capacidade de sermos diferentes por nos amar, amar e amar.

Jaqueline Nunes

15 de ago. de 2021

Sobre a vida (...)

 

Foto: banco de imagens FreePik

Imaginei ser a dona do jogo que eu mesma criei pra chamar de caminho, mas perdi a direção do que a vida realmente é: incerta, misteriosa, feita apenas pra viver.

Eu me culpei muito por não ter firmeza nos momentos em que nem eu mesma sabia o que fazer pela minha história, porém pude entender que daí que se tiram as melhores lições. Nem sempre saber de tudo significa obter as respostas de todas as perguntas.

Foi num dia desses em que depois de milhões de monólogos em frente ao espelho, eu disse ao meu reflexo que seria exatamente como disse que seria há alguns anos atrás mesmo consciente da impossibilidade do momento. Pobre de mim, que insiste em achar que consigo me definir há um passado que apesar de meu, se perdeu.

Uma nova conversa profunda com a minha imagem recomeça e eu inundada pelas lágrimas do silêncio da vida, caio num sono profundo ansiando que o amanhã se transforme em tudo que sempre sonhei em um passe de mágica e que o ápice da vida é de fato saber o que quer e ter tudo hoje.

No fim das contas, não importa ser a dona do jogo da vida em que a batalha final é findada no último suspiro e sim em como os dias podem nos ensinar muito sobre viver ao invés de saber. Complexo, talvez até delirante, porém são pensamentos que perduram noite adentro desde o início da minha caminhada rumo ao que eu almejo ser.

Eu sei é confuso, mas que bom que você veio até aqui entender o que é tudo isso e se estiver tão na dúvida quanto eu sobre o que é a vida e todos os mistérios que o tempo nos reserva, você não está sozinho(a)(e). De vez em quando, nos momentos em que não suportar mais tantas cobranças, saiba que infelizmente não há explicações para tantas incertezas. Nos resta então viver...

Jaqueline Nunes

13 de ago. de 2021

Carta Aberta

Faz tanto tempo que eu nem sei por onde começar...

Bom, quanta coisa aconteceu desde que eu decidi que escrever aqui não fosse mais necessário aos rumos que a minha vida tomou. A Jaqueline de 2013, a adolescente que fundou este blog simples e despretensioso jamais imaginaria que o mero fato de escrever faria parte da sua vida. 

 

 
Foto: Beatriz Gravanich

Aqui estou eu, - e de fato sou eu na foto - recordando cada verso que escrevi por aqui com tanta pureza, sentimento e refletindo tudo aquilo que eu queria dizer e muitas vezes não era capaz fosse por falta de maturidade ou vergonha. O fato é que dei tantas voltas em mim que me peguei refém da minha profunda hipocrisia de achar que não precisaria mais deste espaço. E sim, eu percebi que este foi e sempre será meu eterno companheiro visto que diante das minhas confusões no pós adolescência, eu escolhi ser jornalista. Não, não estou dizendo que vou fazer do Sensações um campo de notícias com as mais bizarras histórias contadas por uma estagiária em início de carreira. Aqui sempre será o refúgio dos sentimentos por meio de crônicas e textos soltos que me libertam e tenho certeza que um dia já te ajudaram - aliás eu nem sei se alguém leu ou me acompanhou na fase de maior produção do blog.

Em resumo, só queria voltar aqui com um jeito mais solto de falar pra dizer que a aspirante a escritora não morreu. Eu aprendi muito que certas coisas não se vão com o tempo e sim mudam de lugar. Eu não priorizei o Sensações tanto quanto deveria mas sabia que um dia iria voltar, assim como não deixei de tocar violão e cantar mas preferi dar um tempo para realinhar as coisas. Acho que na vida a gente entende que toda intensidade pode regredir e que aquilo que te brilhava os olhos há alguns anos, talvez não faça mais tanto sentido pra você hoje. E sim, está tudo bem. Faz parte da vida evoluir, crescer, se transformar.

Voltas e voltas em palavras soltas, senti a necessidade de retornar assim, sem linguagens codificadas, sem necessariamente ser o meu estilo de escrever para me libertar e abrir a mente para tudo que ainda está por vir. Não prometo estar mais madura do que nunca, até porque hoje, em 2021 eu tenho apenas 23 anos, mas espero de coração ter evoluído e traduzir isso em palavras com emoções. Ou melhor, textos que possam te tocar com verdadeiras sensações...

Jaqueline Nunes

21 de fev. de 2018

Adormeci (...)


Na incompreensão, eu fui mera aprendiz que caiu no asfalto.
Tropecei nos meus próprios pensamentos, e aguento as consequências por não ter pensado.
Irônico não? Fato. Escrevi nas costas, sofrimento. E o tempo não apagou.
Difícil mudar o destino de quem plantou dor. Difícil colher paz.
Passam das 3 da manhã, e eu só, na escuridão, me culpando pelos rumos que não tomei. De nada adianta.
A lágrima molha meu rosto cheio de marcas. Embaixo do lençol, estão minhas maiores confissões. Tenho alguém que me tem como felicidade. Também o tenho, desabafo e o amo. Mas eu ando em conflito comigo, coisas que o amor minimiza, mas não cura.
Noite a dentro, chuva de verão. Sei que quando abrir os olhos, o sol me ofuscará, depois da tempestade como diz aquelas palavras sagradas. Por enquanto, essas gotas frias me molham por dentro. Adormeci.

13 de jun. de 2017

Reconstrução




Eu vejo em mim, a promessa de um dia ensolarado, a noite enluarada.
Eu vejo a luz, os olhos brilhantes, coração cheio de amor.
Eu vejo a vontade de ser feliz. Eu vejo alguém me fazer feliz.

Eu que tanto já esperei sentir o bom da vida.
Eu que tanto duvidei do destino, dos caminhos de flor que um dia eu poderia percorrer.
Hoje eu sei, e como sei, que é preciso aprender errando.
Que é preciso reconhecer-se, e enxergar que pra tudo há seu tempo.

Eu vejo em mim, o inteiro de uma obra totalmente destruída no passado.
Eu vejo reconstituída a minha esperança.
Eu vejo paz.

Já fiz tanto barulho, questionamentos e afirmações no vento.
Quis o sol antes da tempestade.
A gente nunca sabe o que diz. É a vida quem vai nos falar.
E ela me disse que era preciso parar.
E eu parei. Parei pra construir a eu de hoje.

Em quantas curvas erradas eu virei em busca da minha felicidade,
Quando na verdade ela estava em mim.
Em quantos olhares eu confiei, quando a verdadeira segurança estava em mim.
E hoje eu sei, o valor de acreditar em quem se é.

Eu vejo em mim, amor.
Eu vejo em mim a mulher que eu nunca imaginei ser.
Eu vejo em mim, vontade.
Eu vejo esperança.
Eu vejo o valor da vida. [...]

© Blog Personalizado - Blog Tweed - 2014. Todos os direitos reservados.
Criado por: Thaís Oliveira.
Tecnologia do Blogger.